quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Para refletir

Post da Ana Paula,

Hoje quero compartilhar com vocês uma experiência muito pessoal e marcante para mim. Espero que assim, na minha transparência, o Senhor seja glorificado.
Eu tenho esperado por muitos anos pelo cumprimento de algumas promessas de Deus em minha vida ministerial. Pode parecer estranho eu afirmar isso, já que tenho vivido um ministério frutífero através das minhas canções. Não estou, de maneira alguma, ingrata pelo que já vivi. Pelo contrário, sou extremamente agradecida, constrangida e humilhada diante de Deus pelo que Ele já me permitiu viver. Só eu sei a extensão da graça do Deus que me salvou, e que diariamente tem me alcançado. Esta graça me faz útil para a Sua obra.
Porém, acredito que venha do próprio Espírito Santo uma inquietação interior para “gerar”  mais daquilo que Ele ainda quer fazer em mim e através de mim. Ele não me deixa desistir de crer e de orar. Ele também está me ensinando a esperar pelo cumprimento de todas as Suas promessas. Essas promessas são palavras e impressões que apontam para o futuro, para o tempo em que viverei os propósitos de Deus em relação à extensão do Reino Dele na face da Terra.
Nesta espera e neste “gerar’, eu nem sempre consigo manter o coração aquietado. O inimigo também me provoca e tenta me angustiar. Em Jeremias 17:15 li: “Eis que eles me dizem: Onde está a Palavra do Senhor? Que se cumpra agora!”. Sou tentada a querer que tudo se cumpra agora, já! Mas sei muito bem que o tempo de Deus é perfeito e é bem diferente do meu. Eclesiastes 3 diz que “tudo tem o seu tempo determinado”, e “tudo fez Deus formoso no seu devido tempo”. Eu preciso resistir a essa tentacão do “já”, e aprender a descansar na soberania do Senhor. Quando já não podia mais aguentar minha ansiedade parei tudo e corri para buscar o Senhor. Este capítulo de Jeremias veio a mim, como água que refrigera a alma, que limpa, que restaura o ânimo. E é esta Palavra, e as aplicações que fiz para minha própria vida, que venho dividir com vocês.
Jeremias 17 começa com um confronto. O pecado de Judá (louvor) está gravado em seu coração. No verso 2 lemos que até mesmo diante de seus filhos eles pecaram. Eles se lembraram disso e ficaram marcados por isso. Em minha ansiedade, por diversas vezes, eu agi mal diante dos meus filhos. Meu temperamento sanguíneo me levou a “descontar” em meu esposo a minha aflição de espírito. Confesso que algumas vezes não tenho sido a mulher doce que ele merece que eu seja. E o pior é que os meus filhos vêem isso. Outro dia o Isaque me disse: “Mamãe, não é assim que você deve falar com o papai”. Percebi que ele me corrigiu, do mesmo jeito que eu já o instruí antes! Eu estava me sentindo muito mal por causa de algumas atitudes erradas que tive em casa recentemente e não queria me humilhar e pedir perdão. Precisei passar um tempo em oração para que Deus quebrantasse meu coração. E o que Ele me ministrou foi muito além do que eu podia imaginar.
O coração é enganoso, diz o verso 9. É “desesperadamente corrupto. Quem o conhecerá?” . Percebi motivações erradas, interesses e ganâncias que se escondiam dentro de mim. Orgulho, dureza, vontade de fazer do meu jeito e no meu tempo. Também o desejo de ser a melhor e a maior. Na aflição e ansiedade do meu espírito, estavam ocultas outras razões que não a glória de Deus. “Eu o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos” Jer 17:10. E ali, diante do espelho da Sua palavra, fui exposta e tratada mais uma vez.
Se eu justificava a minha angústia pelo meu anseio de ver as promessas cumpridas, a Palavra me advertiu do perigo de perder minha herança. No verso 4 lemos que, por causa da sua própria falta, Israel perderia a herança que o Senhor havia lhe dado. Entendi que é possível que eu não receba o que o Senhor me prometeu. Não porque o Senhor falha em cumprir Suas palavras, mas pelo meu próprio pecado. Logo depois o texto descreve qual é esse pecado.
No verso 5 diz: “Maldito o homem que confia no homem, que depende da carne para ser sua força, e cujo coração se desvia do Senhor”. O pecado é esse: deixarmos de confiar no Senhor nosso Deus e passarmos a esperar alguma coisa do homem e das estruturas humanas. Colocamos nossas expectativas nas pessoas e no que elas podem fazer por nós. Ainda que o próprio Deus tenha nos falado sobre quem Ele vai usar para o cumprimento dos Seus propósitos, não podemos jamais tirar os olhos do Senhor e colocar a nossa esperança na tal pessoa ou estrutura. O texto continua falando sobre o que acontece com alguém que deixa de confiar no Senhor.
No verso 6 diz que “não verá a prosperidade quando ela chegar”. Isso me tocou profundamente, pois temos vivido tempos difíceis financeiramente. Deus tem sido maravilhosamente fiel e provedor, mas não temos os mesmos recursos que já tivemos, e que gostaríamos de ter para continuar a fazer aquilo que abundantemente já fizemos um dia: produções de CDs, DVDs, ofertas missionárias, etc. Como eu disse, o Senhor tem nos provido, e nos últimos anos experimentamos o sobrenatural para realizar nossas gravações e viagens ministeriais. Mas, confesso que continuo crendo em uma abundância de recursos outra vez.
O texto também diz que esta pessoa que não confia em Deus, mas sim no homem, “habitará no deserto”. De novo essa palavra falou comigo. Estou em um “exílio voluntário”, fora do Brasil, já faz mais de um ano. Nesse primeiro tempo senti que estava em um deserto. Isolada, só, sem saber para onde ir, muitas vezes sentindo-me perdida e sem direção, despida de tudo o que eu conhecia e que me era confortável. Ainda assim, posso testemunhar da fidelidade de Deus, que tem sido para mim e para minha família como uma “nuvem de dia e uma coluna de fogo durante a noite”. Ele tem nos suprido a cada manhã com o “maná” e nada tem nos faltado. Ele tem tratado nosso coração e expurgado muitos venenos que estavam nos matando e que não podíamos perceber por causa da agitação do dia a dia no Brasil.
Às vezes Deus mesmo nos leva ao deserto, como fez com o próprio Senhor Jesus antes de iniciar seu ministério (“… e (Jesus) foi guiado pelo Espírito ao deserto, onde por quarenta dias foi tentado pelo diabo” (Lc 4:1,2)). Em Oséias 2: 14 lemos: “…eu a atrairei ao deserto e falarei docemente ao seu coração”. O deserto é, portanto, este lugar de encontro com Deus, com nossos inimigos e com nosso próprio coração. Esse tratamento é doloroso, mas necessário. E é assim que entendo o que tenho vivido recentemente.
Posso garantir que não sou mais a mesma pessoa que um dia saiu do Brasil. Espero não perder o que ganhei nesse deserto. Mas, espero sinceramente, não morar para sempre no deserto. A consequência de não confiar em Deus é habitar no deserto. Quero e estou sendo tratada por Ele no deserto, mas sei que esse não é o lugar onde ficarei para sempre. Quem confia em Deus pode até ser levado por Ele ao deserto, mas será apenas um lugar de passagem, de tratamento e restauração. Não será sua morada.
Nós lemos outra coisa – na verdade, o contrário -,  a partir do verso 7 de Jer 17. Começamos a ler sobre como é abençoado o homem que confia no Senhor e que põe nEle a sua confiança! Será como uma árvore plantada junto às águas. Ele tem raízes profundas que chegam até o ribeiro. Ele não teme o calor, a sequidão, suas folhas estão sempre verdes e nunca deixa de dar frutos!
Ah! Como anseio por ser assim! Deus é a única fonte de águas vivas, e quero estar plantada em Sua presença, recebendo dEle minhas forças, minha vitalidade, minha provisão, tudo o que eu preciso!
Clamei ao Senhor e Ele tocou o meu coração, como lemos no verso 14: ”Sara-me, Senhor, e serei curado. Salva-me, e serei salvo, porque Tu és o meu louvor” (aliás, tenho uma canção exatamente com esta oração de Jeremias).
Meu tempo de meditação foi encerrado com uma última confirmação. O post anterior a este no Blog foi um texto que minha amiga Sara escreveu sobre o “Elevador de Shabbat”. Esta palavra, ela compartilhou comigo em Israel, me admoestando a não tomar uma atitude precipitada. Ela também me encorajou a continuar esperando e descansando no tempo perfeito de Deus. E o texto de Jeremias 17 termina falando exatamente sobre o Shabbat!
Deus me disse outra vez que não quer que eu carregue fardos pesados no que diz respeito àquilo que estou esperando Dele. Se nestas áreas tudo o que eu posso fazer é confiar, então não devo ter nenhum peso e angústia em meu coração.
Como o Senhor é maravilhoso! Ele quer nos aliviar de todo fardo! Comecei meu tempo de oração sem sequer saber como orar. A ansiedade quase me fazia perder o fôlego. Minha mente estava cheia de argumentos e razões falsas. Eu não conseguia descansar no Senhor. Mas, Sua Palavra me restaurou e oro para que alcance o seu coração também.
Que lágrimas de arrependimento jorrem e lavem seu coração como lavaram o meu. Que haja conserto entre você e as pessoas que talvez você tenha ferido ou afetado na sua aflição de espírito, assim como eu me humilhei e me consertei com as pessoas da minha casa. Que como uma mulher grávida que está prestes a dar à luz, continuemos “gerando” as promessas e descansando, até chegar o tempo perfeito em que aquilo que tanto aguardamos será uma realidade em nossos braços.
Ana Paula Valadão

2 comentários:

nanda disse...

KEILA QUERIDA AMEI O POST DE PAIXÃO
VAMOS CONFIAR MAIS NO SENHOR E DEIXAR ESSA
INQUETAÇÃO

Naninha ♥ disse...

Eu não tenho dúvidas quanto a providência de Deus na vida daqueles que Nele esperam. Quando esperamos em Deus e depositamos todas as nossas esperanças Nele, não estamos perdendo tempo. Obrigada por compartilhar essa bênção.
Bjos linda!

http://gerandoumapromessasermae.blogspot.com.br/

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